quinta-feira, 12 de julho de 2012

Reportagem da Revista TOP em 2012

Grupo Escoteiro Gustav Kuhlmann 70

Grupo tem 53 anos de história, e a semana de inscrições e rematrículas será em fevereiro de 2012

Dezembro/2011

De 27 de julho a 7 de agosto desse ano, 40 mil pessoas, entre jovens e adultos, participaram do 22º Jamboree Escoteiro Mundial, em Rinkaby, na Suécia. Evento que consiste no acampamento mundial escoteiro, o Jamboree Mundial é realizado a cada quatro anos, sempre se alternando o país. Em 2011, teve como tema “Simplesmente escotismo” e foi o maior da história, reunindo participantes de 146 países. O Brasil marcou presença com sua segunda maior delegação em um evento do gênero, sendo representado por 814 integrantes. Os dados estatísticos foram extraídos de reportagem do site da revista Veja.

Os números referentes ao 22º Jamboree são assombrosos, e representam o tamanho da abrangência do Movimento Escoteiro. Fundado em 1907, na Inglaterra, pelo oficial do exército inglês Robert Stephenson Smyth Baden-Powell (1857-1941), ou Baden-Powell, ou simplesmente BP, o movimento tem mais de 30 milhões de escoteiros ao redor do mundo. Tudo se iniciou quando, na Ilha de Brownsea, na Inglaterra, Baden-Powell promoveu um acampamento com 20 jovens, no qual ensinou técnicas como primeiros socorros e segurança. Em poucas semanas, centenas de patrulhas escoteiras estavam formadas. O movimento foi ganhando notoriedade e veio a se espalhar por vários países – chegou à América do Sul em 1908, no Chile.

Em Panambi, a entidade hoje conhecida como Grupo Escoteiro Gustav Kuhlmann 70 (GEGK) foi fundada em 11 de novembro de 1958, por iniciativa do Rotary Club do município – mas inicialmente com o nome de Grupo de Escoteiros Panambi. São 53 anos de história e tradição. “As primeiras reuniões ocorreram no porão da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) do Centro, no antigo prédio do Lar da Juventude”, lembra o diretor de escotismo do GEGK, Oscar Strücker, em entrevista. O primeiro diretor-presidente, Harry Trennepohl, e o primeiro chefe de grupo, Henrique Gerardo Hartmann, eram rotarianos.

Ao longo dessas cinco décadas, é claro, muita coisa mudou: as crianças e os adolescentes têm variadas opções de diversão, e os adultos têm ocupações inclusive nos fins de semana. Por conta disso, o Grupo Escoteiro Gustav Kuhlmann – que tem em torno de 50 jovens e 15 adultos –, permanecendo fiel aos seus princípios históricos, mas adaptado a determinadas situações do presente, luta bastante para manter seu número atual de integrantes e, principalmente, agregar mais pessoas ao movimento em Panambi. “Precisamos trabalhar na permanência dos jovens e contar com adultos que venham se juntar a nós e descobrir o maravilhoso sentimento de ser escoteiro”, avalia em entrevista o atual diretor-presidente, Lázaro de Moura Schumann, que está em seu segundo mandato.

TOP Revista: Durante a trajetória em um grupo escoteiro, quais são os valores pessoais que, a seu ver, os integrantes têm a oportunidade de aprender?
Lázaro Schumann: O propósito do Movimento Escoteiro é contribuir para que os jovens assumam seu próprio desenvolvimento, especialmente do caráter, ajudando-os a realizar suas plenas potencialidades físicas, intelectuais, sociais, afetivas e espirituais, como cidadãos responsáveis, participantes e úteis em suas comunidades, conforme definido no projeto educativo da União dos Escoteiros do Brasil (UEB).

TOP: Como foi o início do Grupo Escoteiro Gustav Kuhlmann?
Oscar Strücker: As primeiras reuniões ocorreram no porão da IECLB Centro, no antigo prédio do Lar da Juventude. Atividades também foram realizadas no Grêmio Desportivo Panambi (GDP), razão pela qual o lenço de promessa símbolo do Grupo Escoteiro Gustav Kuhlmann é nas cores azul e branco.

O cidadão Gustav Kuhlmann não teve participação direta na fundação do grupo e nem participou de alguma atividade. O nome atual foi uma forma de homenagear um panambiense que desenvolvia atividades com jovens – aulas de natação – com o mesmo espírito que têm as organizações que promovem o escotismo, nas quais se encontram adultos voluntários que promovem a educação ao ar livre na busca de um ser humano melhor, sem esperar retorno financeiro por isso.

TOP: E quanto a atividades externas, quais são os trabalhos desenvolvidos que visam beneficiar diretamente a comunidade panambiense?
Lázaro Schumann: Correto, são realizadas pelo grupo atividades que buscam remediar algumas necessidades da comunidade, como campanhas de arrecadação de remédios, de alimentos, de roupas, bem como a preservação do rio Fiúza e o plantio de árvores nativas. Mas a principal ação social que o escotismo promove são a capacitação e a preparação dos jovens para serem membros atuantes e úteis na comunidade, adultos mais bem preparados e conscientes de seu dever ético e moral.

TOP: O GEGK está com uma certa necessidade de contar com um número maior de chefes escoteiros?
Oscar Strücker: As oportunidades de trabalho e também de estudo em áreas específicas forçam os jovens a sair de Panambi e buscar cursos universitários que não são disponibilizados em nossa Região, fazendo com que a carreira de um jovem no Movimento Escoteiro seja interrompida. A outra maneira de se tornar um escotista é ser voluntário mesmo nunca tendo participado como lobinho, escoteiro ou sênior, e existem cursos promovidos pela UEB para que estes sejam instruídos sobre o que é o escotismo, como ele funciona e como trabalhar com as crianças.

Quanto maior o número de adultos voluntários, maior é o número de jovens que podem ser beneficiados com o escotismo. E o Grupo Escoteiro Gustav Kuhlmann tem a necessidade de contar com mais adultos voluntários, para completar o quadro de escotistas do grupo.

TOP: E, com base no momento atual e na maneira como tudo está sendo conduzido no grupo, o que você idealiza e espera do futuro do GEGK? O que é preciso ser feito para que, com qualidade, seja dada continuidade ao trabalho?
Lázaro Schumann: Não é tarefa fácil conduzir um movimento como o escotismo nos dias de hoje. O movimento, com mais de 100 anos de história, está muito bem consolidado em nível mundial; porém, nós que estamos nas bases sentimos algumas dificuldades, principalmente as impostas pela realidade do nosso mundo contemporâneo.

Hoje a criança tem, prematuramente, muitas opções de diversão e compromissos que no passado não existiam. A evolução tecnológica do tempo tem oferecido para as crianças e adolescentes muitas coisas que podem ser tão ou mais interessantes que a prática do escotismo, e esses fatos dificultam a renovação de chefias dentro de um grupo escoteiro.

Outra dificuldade é atrair adultos – mesmo que nunca tenham sido escoteiros – para contribuir com seu trabalho voluntário na organização de atividades, integrando nossos quadros de chefia. Todos nós, de forma geral, estamos superatarefados, e o sábado à tarde torna-se uma ótima opção de lazer e descanso em detrimento do trabalho voluntário como chefe escoteiro.

Contudo, o escotismo em Panambi nunca vai acabar, embora, atualmente, poucos líderes/chefes sejam pessoas apaixonadas pelo que fazem e tenham o escotismo como um ideal. Precisamos trabalhar na permanência dos jovens e contar com adultos que venham se juntar a nós e descobrir o maravilhoso sentimento de ser escoteiro.

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A promessa escoteira
“Prometo pela minha honra fazer o melhor possível para cumprir meu dever para com Deus e a minha pátria, ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião e obedecer à lei do escoteiro.”

As leis do escoteiro
1. O escoteiro tem uma só palavra; sua honra vale mais que sua própria vida.
2. O escoteiro é leal.
3. O escoteiro está sempre alerta para ajudar o próximo e pratica diariamente uma boa ação.
4. O escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais escoteiros.
5. O escoteiro é cortês.
6. O escoteiro é bom para animais e as plantas.
7. O escoteiro é obediente e disciplinado.
8. O escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades.
9. O escoteiro é econômico e respeita o bem alheio.
10. O escoteiro é limpo de corpo e alma.

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Confira abaixo o depoimento de adultos que, há um tempo, integraram o Grupo Escoteiro Gustav Kuhlmann, e de pais de um lobinho que hoje participa do grupo:

“O Grupo Escoteiro Gustav Kuhlmann desenvolveu em mim a convivência em grupo, a solidariedade e responsabilidade com os companheiros. A convivência junto à natureza, pela participação nos acampamentos, me fez responsável pelo meio ambiente, dando exemplo aos mais jovens nessa área – recolher o lixo em frente à nossa residência já é um bom exemplo.” –Orlando Rahmeier, 64 anos, administrador de empresa. Período de atuação: de 1958 a 1960.

“O ‘êxito na vida’, sabe-se, vem do somatório de eventos e condições favoráveis, capacitações e oportunidades. O Grupo Escoteiro Gustav Kuhlmann 70 (entenda-se Movimento Escoteiro), por pautar e permear minha existência desde a infância, por certo, teve (e tem) grande influência no eventual ‘êxito’ alcançado. É que a essência do Movimento Escoteiro, seus princípios e método de aplicação são verdadeiramente transformadores. Quem viver verá!” – Hugo Roland Hesselmann, 44 anos, advogado. Período de atuação: de 1976 até os dias atuais.

“O Leonardo está há pouco tempo (aproximadamente meio ano) participando do Grupo Escoteiro Gustav Kuhlmann, mas até então podemos dizer que é muito positiva a influência do aprendizado. Atualmente ele é lobinho, e notamos mudanças nas pequenas atitudes do dia a dia, como o respeito à natureza e aos animais. Os integrantes também são motivados a fazer uma boa ação todos os dias, seja ela com colegas, na escola, ou com alguém da família. Enfim, vemos no Leonardo disciplina, habilidades motoras, conhecimentos para sobrevivência no mato e companheirismo.” – Carla Wallauer Van Ass e Alexandre Van Ass, pais de Leonardo Wallauer Van Ass, 8 anos, lobinho.

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No dia 19 de novembro de 2011, novos escoteiros realizaram a promessa escoteira. São eles: Lucas Dal Sasso, Lucca Deboni Bonapaz, Gian Maurício Marchesan, Gabriel Oliveira, Augusto S. Beilfuss, Bruno L. Hilgemann, Andrei Arthur Fahl, Rodrigo T. Vincensi, Tadeu Gieburowski Neto, Luis F. Bonini Pires e Pablo H. Portes.

Em cerimônia máxima na presença dos pais, fizeram a promessa, receberam o lenço do grupo, distintivo, chapéu e certificado. Agora sim: UMA VEZ ESCOTEIRO, SEMPRE ESCOTEIRO!